Vivemos um momento em que a recuperação da nossa economia tem sido o principal desafio nacional. Muitas pessoas seguem desempregadas, sentindo os graves efeitos da pandemia Outras têm dificuldade em se recolocar no mercado de trabalho.
Se em tempos menos turbulentos já seria inaceitável aumentar o gasto público com despesas ou privilégios para a classe política e categorias que já recebem polpudos salários e diversos benefícios, nos dias atuais é um ultraje. Recentemente, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa gaúcha aprovou reajuste de 117% da verba de gabinete dos deputados.
Uma decisão restrita a um grupo de deputados e que não foi submetida a todos os parlamentares. Mesmo assim, não ficamos de braços cruzados e nossa cobrança pela revogação do aumento deu resultado, com o reajuste sendo cancelado. Infelizmente, temos diversos exemplos do uso do dinheiro público para o pagamento de privilégios em nosso país Recentemente, vimos casos de procuradores que receberam quase R$ 400 mil num único mês – entre salários e vantagens – e de um servidor da Petrobras com vencimento mensal de R$ 145 mil.
Aqui no Rio Grande do Sul também temos alguns exemplos de remunerações que, somando o salário bruto e benefícios, ultrapassam o teto constitucional. Enquanto isso, a renda média do brasileiro, no terceiro trimestre de 2021, foi de R$ 2,4 mil. Um verdadeiro abismo. Uma situação que exige ações concretas em todas as esferas, como o fim dos supersalários, reformas administrativas e extinção de auxílios descabidos para categorias que recebem perto do teto. Aqui na Assembleia, com muito empenho, avançamos no combate aos privilégios.
Conseguimos aprovar o fim da pensão vitalícia para ex-governadores e futuros beneficiários e extinguir o fundo especial de aposentadoria dos deputados estaduais, além de outras iniciativas do parlamento em termos de redução de gastos nos últimos anos. Portanto, não podemos retroceder no trabalho de combate aos privilégios.
Desejo à nova Mesa Diretora serenidade e responsabilidade nos cargos que passam a ocupar. Nossos esforços devem ser uníssonos, no sentido de melhor investir o dinheiro do pagador de impostos, realmente atendendo aos anseios da população.