Dentre os vários problemas que os brasileiros enfrentam, um em especial está na maioria dos lares: o endividamento. Muitas são as causas. Primeiramente, o poder de compra da população é constantemente diminuído. No reino da burocracia, dos impostos, da corrupção e da ineficiência pública, por mais que se trabalhe, pouco se conquista.
Assim, o controle individual de gastos é sempre compreendido apenas como o ato de gastar pouco. Não está errado, mas é uma percepção incompleta. É também possível – e necessário – gastar bem, corretamente. E é por isso que precisamos olhar com mais atenção para a educação financeira.
Dificilmente encontraremos um brasileiro que dirá que não precisa entender melhor as dinâmicas do mundo do consumo e da economia, para conquistar algum conforto e, no mínimo, acabar com suas dívidas. Mas, se analisarmos a dimensão social dessa questão, a educação financeira deixa de ser mera opção e passa à categoria de matéria urgente, que deve virar política de Estado.
No Brasil, mais de 60% das famílias estão endividadas – destas, quase a metade tem dívidas com bancos. Ou seja, ao menos 124 milhões de brasileiros não têm condições de saldar todos os compromissos assumidos.
É uma situação alarmante, por isso é mais do que indispensável que todos se conscientizem e se eduquem financeiramente. É preciso não só aprender a gastar corretamente, mas também formar gerações mais responsáveis, questionadoras e menos vulneráveis ao impulso e ao endividamento.
Hoje, três em cada dez jovens não tem controle do dinheiro que ganha e que gasta. Essa é uma realidade na nossa sociedade que cresceu nos últimos anos depois do estímulo do governo federal ao consumo e ao crédito facilitado.
O ensino não se limita ao uso de cálculos, mas sim de uma leitura da realidade econômica pessoal e da importância do seu planejamento de vida, já que é no ambiente escolar, onde são abertas as portas para o conhecimento, o local mais adequado para a inclusão destes temas capazes de proporcionar decisões, estabelecer sonhos e metas, e descobrir formas de tornar reais e seguras estas escolhas.